O Aqueduto das Águas-Livres não me traz memórias muito felizes. Um dia, nos tempos da minha infância, passava de carro por debaixo deste monumento, em Alcântara, e alguém no carro disse: “Havia um bandido roubava as pessoas e as atirava lá de cima!”. A minha expressão foi de horror! E não, não vou falar desse bandido, pelo menos para já.
Por estranhas razões decidi dedicar-me ao estudo da História, mas este momento não foi uma delas, pois até pouco mais de dois anos, o aqueduto causava-me arrepios. Hoje é, na minha opinião, uns dos monumentos mais espetaculares da cidade de Lisboa. E porquê? Em primeiro lugar, por ser um dos símbolos do Iluminismo em Portugal e uma obra de engenharia de excelência. Em segundo lugar, pelas suas origens.
Neste artigo vou falar da segunda razão:
O funcionamento do Aqueduto das Águas-Livres baseou-se nos antigos sistemas de abastecimento dos Romanos, utilizando um sistema de captação, abdução e distribuição de água às povoações por via gravítica.

No séc. XVI, Francisco de Holanda apresentou ao Rei D. Sebastião a ideia de reconstruir o antigo aqueduto romano de abastecimento da cidade, a partir do Vale de Carenque. Porém, a sua reconstrução só foi concretizada no séc. XVIII, no tempo de D. João V, partindo do local onde se encontrava o aqueduto romano.
Entrou em funcionamento em 1748, quando jorraram as primeiras águas. No entanto, a sua construção levou mais de 100 anos a ser finalizada, em 1834, quando se dão por concluídas as obras da Mãe d’Água das Amoreiras.
Esta incrível estrutura, que resistiu ao Terramoto de 1755, foi considerado Monumento Nacional em 1910.
Porque é que o Aqueduto das Águas-Livres é tão importante?
A zona onde se encontra Lisboa sempre foi um local rico em água (podemos ver o vários locais onde jorravam águas as através dos vários chafarizes espalhados pela cidade), mas com o aumento da população, a água disponível tornou-se escassa. A construção do Aqueduto das Águas-Livres solucionou o problema até à segunda metade do século XIX, sendo mais tarde construído um novo aqueduto: O Aqueduto de Alviela, de que falarei num outro artigo.
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