Não é simples ver se uma informação é verdadeira ou falsa – seja uma notícia ou um documento – mas qualquer pessoa pode sentir-se como que arrastada por um turbilhão de desordem informativa. Para contrariar essa grande onda de falsa informação a que assistimos nos dias de hoje, existem especialistas em detenção de notícias falsas.
Em Portugal temos o Polígrafo como a primeira plataforma portuguesa dedicada exclusivamente à verificação do discurso dos políticos portugueses e à autenticidade das alegadas notícias que circulam pelas redes sociais.
Para detectar notícias falsas ou informações duvidosas on-line, podemos seguir os seguintes passos:
1 – Considerar a fonte: Quem é o editor da informação, qual é a missão e quais os seus contactos? Em caso de dúvida, ao surgir uma notícia nas redes sociais que pareça duvidosa, pode-se, através de uma pequena pesquisa no motor de busca, saber se essa notícia surge em outras plataformas de informação.
2 – Ler além do título: A manchete ou título é sensacionalista ou enganosa de propósito? É um “isco” para se clicar? Por exemplo, muitas vezes aparecem títulos que no seu início dizem “É oficial…”. Normalmente esse tipo de títulos deve-se ter em consideração pois surgem com o intuito de nos convencer da veracidade da informação.
3 – Verificar o autor da notícia: O autor é credível? Trata-se de uma pessoa real? Os links dão apoio à notícia? A que tipo de website levam os links? Cuidado com as publicações tendenciosas. Se uma página publica sempre notícias favoráveis a uma determinada identidade (seja um partido político, ou um clube de futebol) deve-se duvidar da sua veracidade, pois a verdadeira informação é imparcial.

4 – Verificar a data: A notícia é atual ou republicada? Que resultados se obtêm ao pesquisar a imagem que ilustra a notícia? Na própria notícia se pode ver a data em que foi publicada. Se não tiver data, provavelmente é uma notícia falsa. Ao pesquisar uma informação num motor de busca, deve-se ter também atenção à data em que foi publicada.

5 – Verificar se é uma piada: A notícia pode ser uma sátira? Qual é a fonte original e o autor da notícia? Há sites, como o Inimigo Público, ou o Imprensa Falsa que satirizam a sociedade através de um título imaginário, seguido muitas vezes de um texto. Estas duas plataformas estão devidamente identificadas como sites de entretenimento.
6 – Verificar os seus preconceitos: O meu juízo pode ser afectado pelas minhas crenças ao avaliar essa notícia?
7 – Pergunte aos especialistas: Esta notícias está a ser avaliada por uma organização de verificação de factos?
Porém, mesmo tendo cuidado com o conteúdo que nos aparece à frente, desenvolver as nossas próprias competências de literacia dos média não é suficiente para lidar com a desordem informativa. Esta é a razão por que iniciativas e organizações de verificação de factos se multiplicaram entre 2014 e 2019. Em 2014, existiriam pouco mais de três dezenas, mas em 2019 mais de 150 entidades em 53 países diferentes começaram a dedicar-se ao fact-checking.
A nós cidadãos, que queremos ter acesso a uma informação de qualidade, cabe-nos fazer um juízo de tudo o que lemos. Ser consciente, crítico e autónomo em relação a tudo o que lemos e vemos. E em caso de dúvida, não partilhar a informação antes de verificar se é verdade.
Links utilizados na pesquisa para este texto:
https://combatefakenews.lusa.pt/fake-news-verificacao-de-factos-e-explicacoes-sobre-fenomeno-na-internet/ (consultado a 24/07/2020)
https://visao.sapo.pt/atualidade/sociedade/2018-06-26-Na-era-das-noticias-falsas-quem-verifica-os-factos-e-rei/ (consultado a 24/07/2020)
https://www.jn.pt/inovacao/como-se-proteger-das-fake-news-8984687.html (consultado a 24/07/2020)
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